O Concelho de Tondela, em contra ciclo, continua a afirmar-se como o motor da Região Dão Lafões.
O espírito empreendedor das populações, aliado a instituições, públicas e privadas, sólidas e inovadoras, transformaram o território numa alavanca regional.
A atividade económica é sustentada também por pequenas e micro-empresas, que embora funcionem dentro da esfera familiar, geram postos de trabalho e alavancam a economia local.
Acentue-se a importância dos pequenos produtores na área agro-alimentar e agrícola que têm conseguido escoar e promover os produtos locais, que tanto diferenciam o território.
O Mercado de Produtos Locais “Ao’Sabor”, que se realiza regularmente em cada mês, é um exemplo do estabelecimento de laços estratégicos com vista à promoção e comercialização dos produtos locais do concelho, que virá a ser ainda mais notório no novo mercado municipal que está em fase de construção.
Este evento tem permitido comercializar e impulsionar a promoção do que é autóctone, promovendo em paralelo o concelho de Tondela.
Este pequeno mercado cumpre ainda uma dupla função pois, ao ser realizado numa zona histórica reabilitada, atrai visitantes àquela área, e ao ter sempre uma Freguesia convidada, promove as aldeias e as suas raízes gastronómicas através de degustações e provas de vinho.
Há também a pretensão de aprofundar o cooperativismo de modo a que os produtores consigam ganhar escala, diminuir custos de contexto e alargar os canais de comercialização para os seus produtos.
O Concelho de Tondela, localizado no vale entre a Serra da Estrela e a Serra do Caramulo, tem um vasto e heterogéneo território, sendo grande parte da sua área floresta e terrenos de cultivo.
Com o seu variado relevo, a atividade agrícola e a pecuária podem assumir um renovado papel preponderante.
Perante a situação económica que o país atravessa, uma das respostas poderá estar na criação do próprio posto de trabalho e no regresso a algumas atividades económicas, ditas tradicionais, mas que a integração europeia levou ao abandono.
Ao longo deste ano começaram a surgir alguns projetos ligados a este setor, nomeadamente explorações agrícolas, pecuárias, envolvendo inclusive uma vertente turística e ambiental. Muitos destes micro-empreendimentos têm sido apoiados pelo PRODER, nomeadamente através de candidaturas à ADICES (Associação de Desenvolvimento Local).
De salientar que a agricultura tem, ainda, em algumas explorações familiares, um carácter de subsistência, numa lógica de cultivo de pequenos terrenos, cujos excedentes são comercializados em feiras e mercados.
A estratégia de desenvolvimento do concelho deve assentar no apoio ao Mundo Rural, sendo a diferenciação e a qualidade os pontos fortes da nossa agricultura, apoiando-se numa nova realidade onde se valorize a produção e o conhecimento científico, visando ganhos de produtividade e mercado.
A laranja de Besteiros, pela sua originalidade e caraterísticas únicas, aparece como uma aposta. A revalorização deste produto, antigamente tão importante, e a sua promoção serão com certeza um forte incentivo à economia local.
Tondela, localizada na Sub-Região Demarcada do Dão, tem um sector vinícola forte, onde um conjunto de marcas lutam para se consolidar e ganhar escala.
A criação da Rota do Dão em conjunto com Municípios limítrofes e outras entidades do território é uma prioridade, permitindo promover a região como um todo e nas mais diversas vertentes associadas ao vinho, diga-se gastronomia, produtos locais, hotelaria, restauração, turismo entre outros.
Ainda neste sector aparece o Cabrito da Serra do Caramulo, um produto local que recupera atividades como a pecuária, e que tem condições únicas para se afirmar como produto de excelência, uma marca gastronómica do território. O incremento desta produção e a sua valorização é o caminho para os próximos anos. O Cabrito da Serra do Caramulo, permite divulgar e diferenciar o território, valorizando todo o património gastronómico.
A qualidade e valorização destes e de outros produtos a identificar abre perspectivas de aceder a mercados externos à região, mais relevantes do ponto de vista económico.
Também a floresta e a valorização dos subprodutos não lenhosos, associados à biodiversidade, à sustentabilidade ecológica e à produção, que assente na manutenção de politicas preventivas de usos naturais, assumem uma oportunidade estratégica para toda a região.
A indústria no Concelho é vital para a sua caracterização sócio-económica, detendo cerca de 50% dos postos de trabalho, constitui de forma determinante com uma forte responsabilidade social para o desenvolvimento estruturado do território.
Tondela afirma-se como um dos Municípios mais industrializados da região, com empresas sólidas, de conceitos inovadores e tecnologia de ponta.
Do flagelo da deslocalização ou da perda de robustez mais se tem verificado, aqui a tendência nacional, conseguindo manter médias de desemprego muito abaixo do que se verifica em outras áreas geográficas.
As diferentes zonas industriais – Adiça / Tondela, Lajedo e Vilar de Besteiros - associadas a uma boa malha rodoviária, e uma localização geoestratégica privilegiada, têm-se revelado locais apetecíveis de investimento.
A globalização de relações económicas e a busca de novos mercados é um passo fundamental para o sucesso de qualquer negócio. Por isso, a aposta na exportação tem sido permanente e prioritária nas estratégias dos empresários da região.
Uma estratégia de desenvolvimento local deve ser abrangente e inclusiva, baseando-se sobretudo nas pessoas, no território e nos recursos locais.
No entanto, qualquer projeto de crescimento terá sempre que ter como ponto forte as vantagens competitivas e diferenciadoras de uma determinada região.
No concelho de Tondela, os “clusters”1 industriais são indubitavelmente o motor da economia local, empregando uma parte considerável da população ativa, trazendo talento, inovação, tecnologia e diferenciando o Município dos demais.
O futuro do Concelho passa pela potenciação destes núcleos, que melhoram a competitividade industrial e, consequentemente, a qualidade de vida das populações.
A aposta na concentração de empresas “cluster” é investir na inovação e estimular o aparecimento de novas unidades agregadas às existentes, é gerar riqueza e emprego, é atrair conhecimento e investimento, é fixar pessoas no interior.
Estas alianças estratégicas não se resumem aos agentes económicos, trata-se de uma eficiência que congrega todos, organismos públicos, empresas, associações, IPSS’s, Universidades e todas as entidades que possam desempenhar um papel ativo na dinamização destes “clusters”.
O “cluster” automóvel é o que mais emprego oferece, apostando em qualificação da mão-de–obra e dando condições laborais exemplares aos seus colaboradores.
HUF Portuguesa, Avon Automotive e Brose garantem, no conjunto, mais de 870 postos de trabalho altamente especializados.
O “cluster” da saúde/biotecnologia é um sector com tecnologia de ponta. Labesfal, S.A. (Grupo Fresenius Kabi) e Controlvet empregam mais de 600 colaboradores, com uma elevadíssima percentagem de licenciados.
Outro sector (“cluster”) bastante competitivo e com uma forte tradição no concelho é a avicultura, onde há diversas empresas nas mais variadas fases do processo, desde aviários, produtores de ovos, empresas ligadas à montagem de equipamentos e estruturas aviárias e ainda agentes económicos que produzem energia tendo como fonte os resíduos dos galináceos.
Há ainda o “cluster” na área da Reciclagem, onde se enquadram diferentes empresas de tratamento de resíduos e a própria Associação de Municípios do Planalto Beirão, que gere a recolha de resíduos e o aterro sanitário localizado no concelho. A Interecycling que labora no reaproveitamento de resíduos elétricos e electrónicos, empregando cerca de 80 pessoas.
O “cluster” de indústrias criativas, pretende potenciar as empresas que fazem do design uma ferramenta essencial para o desenvolvimento dos seus produtos, como por exemplo a multinacional Bodum e o Grupo MG.
A criatividade e a cultura estão muito presentes no território, com especial destaque para a ACERT (companhia de teatro profissional), mas também os restantes projetos amadores e os diferentes ofícios tradicionais como a olaria, a tanoaria e a cestaria, além da gastronomia. São exemplos do uso que é feito da criatividade ao serviço da comunidade.
Para a afirmação destes “clusters” um primeiro passo será dado com a recuperação do antigo edifício Cine Tejá (antigo cinema). Este projeto visa criar condições para a construção de uma oficina multidisciplinar para o espetáculo e a criatividade. Um espaço onde seja possível um criador ter condições para trabalho de cenografia, design, artesanato, figurinos, etc. e que possa ser complementado recorrendo à indústria local.